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O fungo que salvou milhares de vidas!

Foto do escritor: Residência PedagógicaResidência Pedagógica

Atualizado: 26 de mai. de 2021



Como a penicilina foi descoberta?

O médico inglês Alexander Fleming voltou da Primeira Guerra Mundial com um sonho: pesquisar uma forma de reduzir o sofrimento dos soldados que tinham suas feridas infectadas, impondo dor e por tantas vezes um processo ainda mais acelerado em direção à morte. Quando voltou ao hospital onde trabalhava, dedicou-se a estudar a bactéria Staphylococcus aureus, estudou tão intensamente que, um dia, exausto, resolveu se dar de presente alguns dias de férias. Saiu, deixando os recipientes de vidro do laboratório, com as culturas da bactéria, sem supervisão. Esse desleixo fez com que, ao retornar, encontrasse um dos vidros sem tampa e com a cultura exposta e contaminada com o mofo presente na própria atmosfera. Estava prestes a jogar todo o material fora quando, ao olhar no interior do vidro, percebeu que onde tinha se formado bolor, não havia Staphylococcus em atividade. Assim concluiu que o mofo, oriundo do fungo Penicillium notatum, agia secretando uma substância que destruía a bactéria. E foi assim, ao acaso, que o primeiro antibiótico da história da humanidade - a penicilina - foi descoberto.


Com o intuito de ajudar cada vez mais feridos, os estudos da penicilina foram aprofundados até conseguirem isolar um composto em consistência de pó com tom amarronzado, essa substância foi posta em testes onde teve sua eficácia comprovada. Em 1940, a penicilina foi utilizada no primeiro paciente humano, o tenente Fernando Ramôa vítima de um acidente, a cura pareceu tão extraordinária que a família preservou durante décadas o frasco que salvou sua vida, e que hoje, se encontra no museu da Farmácia em Portugal. Essa substância revolucionária que transformou a medicina atual e salvou milhares de vidas, garantiu aos pesquisadores o Prêmio Nobel de medicina em 1945 e somente recentemente que teve seu material genético sequenciado.


Como a Penicilina age?


A penicilina é um antibiótico de ação bactericida, ou seja, nas concentrações corretas podem matar vários tipos diferentes de bactérias.

Isso ocorre da seguinte forma: a presença da penicilina inibe a síntese da parede celular da bactéria, desativando uma enzima bacteriana, a transpeptidase, responsável pela síntese do peptidoglicano. Este, por sua vez, é um componente essencial da parede celular bacteriana cuja principal função é preservar a integridade da célula.

Assim, ao inibir a síntese do peptidoglicano, a parede celular da bactéria é enfraquecida, e então a penicilina leva a bactéria a lise osmótica e morte.

Resumindo, a penicilina faz com que a bactéria enfraqueça a própria parede celular e inibe qualquer tentativa de reparo realizado pela própria bactéria. Com uma parede celular enfraquecida, a água através de transporte osmótico, penetra no corpo celular levando a morte da célula bacteriana.

⚠️ Uso Indiscriminado de Antibióticos ⚠️

Um aviso importante que devemos deixar aqui é como o uso frequente e sem seguir as devidas orientações médicas podem ocasionar um grave problema: a resistência bacteriana! A Organização Mundial da Saúde (OMS) já declarou o perigo do uso indiscriminado de antibióticos, já que esse comportamento acelera a probabilidade do surgimento de mutações, onde as bactérias mais resistentes são selecionados, através de seleção natural, e podem vir a ser reproduzir nos organismos, gerando infecções cada vez mais graves. Essas superbactérias, já ocorre na natureza, entretanto tem se potencializado cada vez mais nos últimos anos, e uma das principais causas é o uso de antibióticos sem prescrição médica.


SUPERBACTÉRIAS: são um grupo de bactérias que adquiriram grande resistência a maior parte dos tratamentos com antibióticos.




"Os antibióticos não curam viroses como o resfriado e a gripe!

Manuseie os antibióticos com cuidado."

 

Se quiser aprender um pouco mais sobre fungos, assista o vídeo a seguir ⬇


Organizado por: Maria Moraes, Marina Sande e Sara Maier



Referências Bibliográficas:


AZEVEDO, S.M.M. Farmacologia dos Antibióticos Beta-lactâmicos. Tese (Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas) - Universidade Fernando Pessoa. Porto. 2014.


Nossa capa: Alexander Fleming e a descoberta da penicilina. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro, v. 45, n. 5, p. I, out. 2009. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-24442009000500001&lng=pt&nrm=iso> https://doi.org/10.1590/S1676-24442009000500001


POMPEO, Guilherme. História da Medicina: a descoberta da Penicilina. Blog Jaleko. 2021. Disponível em: <A penicilina e a sua descoberta, uma história da Medicina | Blog Jaleko>. Acesso em 21 de Abril de 2021.


VARELLA, Maria. Resistência aos antibióticos. Site Drauzio Varella. Disponível em: <https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/hemangioma-infantil/>. Acesso em: 21 de Abril de 2021.


Redação Galileu. DNA DO FUNGO QUE LEVOU À DESCOBERTA DA PENICILINA PELA PRIMEIRA VEZ. Revista Galileu. 2020. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Biologia/noticia/2020/09/dna-do-fungo-que-levou-descoberta-da-penicilina-e-sequenciado-pela-1-vez.html>. Acesso em 23 de Abril de 2021.


ZARPELON, A.C ; SOUZA, C. ; FABENE, J.V; MIKALOUSKI, U. Penicilina. Disponível em: <http://www.fap.com.br/anais/congresso-multidisciplinar-2019/comunicacao-oral/014.pdf>.Acesso em 27 de Abril de 2021.


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