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Primeiro assassinato resolvido com o uso da genética “Caso Leicester”
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Em 1983, no vilarejo de Narborough, no condado de Leicestershire, Inglaterra, alguém achou o corpo de Lynda Mann, de 15 anos. A polícia concluiu que ela tinha sido estuprada e assassinada logo em seguida, e colheu amostras do sêmen deixado no corpo da vítima pelo estuprador.
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Em 1986, a polícia achou o corpo da jovem Dawn Ashcroft, também de 15 anos, nos arredores do vilarejo de Enderby, perto de Narborough. Ela havia sido estuprada e assassinada do mesmo jeito que Lynda Mann, ou seja, de mesmo modus operandi.
De novo, a polícia coletou amostras do sêmen do estuprador. Um sujeito esquisito, Richard Buckland, confessou os dois crimes e foi preso.
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No condado vivia o médico e geneticista Alec Jeffreys, professor na Universidade de Leicester. Um ano antes, em 1985, Alec havia publicado um artigo na revista Nature, no qual tratava de certas regiões do DNA, as quais ele chamou de minissatélites. Alec em seus estudos interessava-se pelas diferenças genéticas entre as espécies, suas pesquisas na Universidade de Leicester concentravam-se no gene da mioglobina, ele constatou que um pequeno trecho de DNA se repetia continuamente. Bem como um fenômeno similar havia sido observado, em 1980, por Ray Whinte e Arlene Wyman, que, ao examinar “outro gene”, constataram que o número dessas repetições variam de indivíduo para indivíduo.
Alec decidiu usar essa sequência como uma sonda marcada radioativamente, deste jeito ele poderia “caçar” a sequência por todo o genoma. A partir deste estudo, foi observado que o curto trecho de DNA repetitivo aparecia não somente no gene da mioglobina, mas espalhado por todo genoma. Embora a técnica tivesse detectado muitas sequências similares em inúmeras amostras de DNA, ainda restava tanta variação entre uma amostra e as demais que, mesmo naquelas extraídas de membros da mesma família, era possível distinguir um indivíduo do outro. Ele também chamou essas regiões de “impressões digitais de DNA” (DNA fingerprinting).
A polícia conversou com Alec, e ele realizou exames de DNA com amostras do sêmen dos dois estupradores e de Richard Buckland, o réu confesso. Descobriu que as amostras pertenciam ao mesmo homem, mas que esse homem não poderia ser Richard Buckland.
Parece que o esquisitão só queria publicidade, e conseguiu: entrou para a história como o primeiro inocente a se ver livre da cadeia por conta de um exame de DNA.
As autoridades de Narborough simularam uma campanha de doação de sangue, e o médico Alec Jeffreys pôde analisar o DNA de 3.600 homens — toda a população masculina do lugar, com idade entre 14 anos e 40 anos. Segundo Alec, nenhum daqueles homens podia ser o estuprador.
Em 1988, uma mulher contou à polícia que tinha ouvido uma conversa, na qual Ian Kelly, um funcionário de uma padaria de Narborough, disse que, na campanha de doação de sangue de dois anos antes, ele havia entrado na fila para doar sangue no lugar de um
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colega padeiro, chamado Colin Pitchfork.
Então, as autoridades tinham exames de DNA de Ian Kelly marcadas como se fossem de Colin Pitchfork. A polícia foi atrás de Colin, que não teve escapatória senão fornecer seu próprio sangue para um exame de DNA. Os resultados mostraram que o estuprador e Colin eram a mesma pessoa. Colin confessou os crimes, e entrou para a história como o primeiro homem a ser condenado por causa de um exame de DNA.
Organizado por: Ana Caroline Santana Cezar
Referências
BARBOSA, R. P.; ROMANO, L. H. História e importância da genética na área forense. Revista Saúde em Foco, ed, 2018, 10: 300-307. Disponível em: <https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/041_Hist%C3%B3ria_e_Import%C3%A2ncia_da_Genetica_Forense.pdf>.
https://en.wikipedia.org/wiki/Colin_Pitchfork
https://profissaobiotec.com.br/dna-fingerprinting/
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