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ALÉM DE MENDEL: Conheça Barbara McClintock e Thomas Hunt Morgan, mãe e pai da genética moderna

Foto do escritor: Residência PedagógicaResidência Pedagógica

Atualizado: 4 de mar. de 2022




Os trabalhos de Mendel foram absolutamente importantes para alicerçar os rumos da Genética Moderna. Gregor Johann Mendel (1822-1884) foi um monge agostiniano bastante conhecido por seus trabalhos envolvendo ervilhas. Vários trabalhos foram realizados por Mendel, porém o mais importante deles, e que garantiu o reconhecimento do pesquisador, foi o estudo feito com ervilhas (Pisum sativum).


A partir de seus estudos, Mendel chegou à conclusão de que os filhos herdam características dos seus pais por meio dos genes. Quando da fecundação do óvulo pelo espermatozoide, há a formação do zigoto que carrega informações genéticas do pai e da mãe. Os filhos herdaram dos pais apenas 1 gene de cada característica, podendo ocorrer a manifestação apenas da característica dominante.


As contribuições do Monge e Cientistas são celebradas até os dias atuais, e Mendel é conhecido como pai da Genética. Porém, foi apenas na metade do século passado, com os avanços dos estudos e dos artefatos tecnológicos, que a Genética como conhecemos hoje foi desenhada. Mesmo correndo o risco de sermos injustos, já que inúmeros pesquisadores e pesquisadoras ofertaram gigantescas colaborações para esse campo de estudo, destacamos dois cientistas que fizeram história e são considerados a mãe e o pai da Genética moderna.


Barbara McClintock


Barbara McClintock, nascida em Hartford, capital de Connecticut, no ano de 1902, foi laureada com o Nobel de fisiologia ou medicina de 1983 pela sua descoberta sobre elementos genéticos móveis em plantas. Logo após receber seu bacharelado em agricultura no ano de 1923, decidiu ingressar na pós-graduação, então, cinco anos depois, em 1927 ainda pela Cornell, Barbara já havia completado o mestrado e doutorado (ambos na botânica), sendo nomeada logo em seguida como instrutora do departamento de botânica de Cornell.


Em 1936, nove anos após finalizar deu doutorado, McClintock ingressou, a trabalho, para a Universidade do Missouri, na Columbia. Lá trabalhou até 1941 como professora assistente. Durante esse período, desenvolveu seus estudos com raios-x e descobriu que quebras, fusões e pontes (ligações) de cromossomos podem originar mutações em grande escala. Essa descoberta foi denominada ciclo de BFB (Breakage-Fusion-Bridge) e demostra a instabilidade cromossômica.


A pesquisadora investigava as diferenças celulares entre as células dos grãos de cores diferentes, o que uma havia ganhado, o que as outras haviam perdido e por aí vai… Depois de muitas horas de observação das células de milho no microscópio e muita pesquisa, Bárbara percebeu que grãos de cores diferentes têm os mesmos genes que os grãos tradicionais, porém são rearranjados de maneiras diferentes. Bárbara fez o primeiro mapa genético do milho e demonstrou a importância dos telômeros – porção final dos cromossomos – para divisão celular.

Esse rearranjo dos genes era possível por causa dos tais “elementos controladores” que Bárbara descobriu, e que mais tarde ficaram conhecidos na literatura científica como Elementos de Transposição. Os elementos de transposição controlam de forma precisa a expressão genética. A mudança de posição nos cromossomos alterava a síntese de determinado pigmento – explicando porque as espigas às vezes possuem milhos de várias cores.

Bárbara foi muito questionada, mas seus argumentos eram irrefutáveis e a seriedade da sua pesquisa foi reconhecida pela comunidade acadêmica, ainda que 30 anos após ter obtido seus resultados mais primordiais. Barbara morreu em 1992, aos noventa anos. Seu corpo foi enterrado no cemitério rural de Huntington, em Nova Iorque, local onde faleceu.

Thomas H. Morgan

Thomas H. Morgan nasceu em 25 de setembro de 1866, em Lexington, Kentucky, EUA. Desde seus 10 anos de idade, Morgan já demonstrava grande gosto por história natural. Obteve seu grau de Bacharelado em Ciências na Universidade de Kentucky aos 20 anos. Desde cedo, Morgan mostrou criticismo ao mecanismo genético mendeliano. Com a ajuda de alguns colaboradores, descobriu uma ótima ferramenta de pesquisa: a cultura de moscas da espécie Drosophila melanogaster.


Logo que começou a trabalhar com estas, Morgan notou uma grande quantidade de mutações nas proles. Analisando as características a cada geração, Morgan, com o grande auxílio de seu colaborador Alfred Henry Sturtevant, na época graduando, aos 19 anos, da Columbia University, pôde desenvolver a teoria que demonstra a conectividade entre genes nos cromossomos, tornando possível a localização dos genes nestes por meio da análise da frequência de recombinação entre tais.

Morgan comprovou a realidade dos genes como elementos corpóreos de localização específica nos cromossomos. Descreveu o sistema dos genes em Mechanism of mendelian heredity (Mecanismo da hereditariedade mendeliana), publicado por sua equipe em 1915.

Até mesmo uma unidade de distância arbitrária foi atribuída ao trabalho, sendo mais tarde denominada centimorgan (cM), em homenagem a Thomas H. Morgan. Sua teoria expandida foi publicada em seu livro, Mechanism of Mendelian Heredity (1915). Em 1933, recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina “por suas descobertas sobre a influência dos cromossomos na hereditariedade”. Ele morreu em 4 de dezembro de 1945, quando ainda era professor de Caltech

Thomas Morgan foi presidente da Academia Nacional de Ciências dos EUA, entre 1927 e 1931, e de outras entidades científicas. Presidiu o 6º Congresso Internacional de Genética e deixou várias obras, das quais a mais importante é The theory of the gene (A teoria do gene), de 1926.


Organizado por: Nestor B. Oliveira-Junior



REFERÊNCIAS:


ENCYCLOPEDIA BRITANNICA. Barbara McClintock; disponível em: https://www.britannica.com/biography/Barbara-McClintock. Acessado em: 06/05/2021.


ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL. Thomas Hunt Morgan. Uol Educação. Disponível em <https://educacao.uol.com.br/biografias/thomas-morgan.jhtm> Acesso em: Acessado em: 06/05/2021.


LOBO, Ingrid; SHAW, Kenna. Thomas Hunt Morgan, genetic recombination and gene mapping. 2008.


MORAES, Paula Louredo. "Lei de Mendel"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/lei-mendel.htm. Acesso em 07 de maio de 2021.


MUSEU CIÊNCIA E VIDA. Agora é que são elas: Barbara Macclintok. Fundação Cecierj. 30 de junho de 2020. Disponível em: <https://www.cecierj.edu.br/2020/06/30/agora-e-que-sao-elas-barbara-mcclintock/> Acesso em 06 jun. 2021.


SANTOS, Vanessa Sardinha dos. "Gregor Mendel"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/biologia/gregor-mendel.htm. Acesso em 07 de maio de 2021.


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