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Sustentabilidade, mudanças climáticas e viagens espaciais: Para onde iremos?

carolinaguedes1968

Figura 1


SUSTENTABILIDADE

Sustentabilidade é o termo utilizado para descrever ações voltadas à manutenção de recursos naturais em prol de uma economia que evite a predação de fontes de energia e outros componentes que permitam a vida humana e outras formas de vida existirem, atitudes essas que partem do nível individual ao coletivo (JACOBI, 1999). A provocação por mudanças de atitude surge a partir das consequências geradas por uma gestão incorreta dos elementos naturais, desde o uso da terra, até a manipulação de energias ou descarte incorreto de resíduos.

Enchentes, doenças geradas por severas crises sanitárias, fome e diversas outras catástrofes nascem a partir de uma rede encadeada, e que está diretamente ligada ao modo como pensamos em “natureza” e consumo. O desenvolvimento sustentável busca, também, interdisciplinaridade. Além de estudar intervenções oriundas das ciências naturais, também leva em conta as particularidades de cada cultura, diferenciando-se assim de movimentos ambientais vazios e que ignoram o fator social do todo. Nossos gostos são moldados, assim como a necessidade de possuir tudo a todo momento.

O consumismo se configura como o pilar das diferentes ameaças ambientais, ao passo em que retira sem conseguir repor, justificando-se apenas pela efêmera sensação de conforto e pertencimento, programada para sumir rapidamente para então iniciar-se o ciclo novamente.  


VIAGEM ESPACIAL COMO ALTERNATIVA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Figura 2 e 3: Na primeira imagem, Elon Musk (esquerda) e Jeff Bezos (direita).  


Uma das formas de manter a humanidade a salvo das consequências dos desastres climáticos está nas viagens espaciais. Já faz algum tempo que grandes nomes da tecnologia - como Jeff Bezos e Elon Musk - e órgãos públicos e privados que são beneficiados por estas figuras comunicam o desejo de colonizar outros planetas, começando por Marte. O critério de seleção para compor o seleto grupo de tripulantes, ou os métodos utilizados para transporte e manutenção de uma viagem sem volta não são, entretanto, esclarecidos (BILLINGS, 2019). Cientistas trazem argumentos que problematizam negativamente as missões espaciais do século XXI, destacando a contaminação do planeta via microbiologia humana e vice-versa, ou a predominância de culturas e éticas sobre outras. Existe uma tentativa de bilionários e suas instituições de defender a exploração espacial como uma espécie de salvação da humanidade, mas somente para uma parte - a que pode arcar com os custos, e devolver o benefício de alguma forma. A astrofísica e ativista americana Lucianne Walkowicz conclui que a forma de explorar o universo pode ser feita de maneira inclusiva, e não predatória e excludente. No fim, a corrida espacial é um mais um campo tomado pelos interesses da capital. 


RACISMO AMBIENTAL


Figura 4


Toda a naturalidade para com a negligência com os recursos do nosso planeta existe sob ideologias que minimizam os problemas sociais.

O racismo ambiental é um dos flagelos que constantemente tentam mascarar, obrigando-nos a acreditar que não existe relação entre o número de mortes ou outros crimes ambientais e raça (HERCULANO, 2006). Não é coincidência que o número de mortos em enchentes seja principalmente formado por ribeirinhos, ou a etnia dominante de mães com filhos infectados pela chikungunya seja negra. É importante pensar em desenvolvimento sustentável como algo que deve ser compreendido e trabalhado também pelo popular, inibindo as chances de tornar toda a discussão exclusiva da academia. 


A CIÊNCIA NÃO É NEUTRA


Figura 5


Entendendo o desenvolvimento sustentável como fruto de discussões e construções científicas, o caminho para democratizar esse conceito e aplicação está em assumir que a ciência não é neutra. Mesmo buscando objetividade e ausência de relativismo, existem pressupostos que estão além do nosso poder (OLIVEIRA, 2003). Sempre há intenções no processo de observar, catalogar e explicar algo ou um conjunto de dados/informações. É preciso reforçar o papel de quem idealiza algo, para que possamos tomar esse mesmo conceito e, se preciso, reformulá-lo às nossas necessidades. Dessa maneira, podemos construir teorias que encontram práticas possíveis de serem realizadas - a nível secundarista, profissional e demais formas -, e que façam sentido para a nossa realidade, priorizando o planeta que já temos, resolvendo questões reais e não as questões que tentam fazer com que tenhamos.


Referências bibliográficas:


BILLINGS, Linda. Should humans colonize mars? No. Theology and Science, v. 17, n. 3, p. 341-346, 2019;


HERCULANO, Selene; PACHECO, Tânia. Racismo ambiental, o que é isso. Rio de Janeiro: Projeto Brasil Sustentável e Democrático: FASE, 2006.


JACOBI, Pedro. Meio ambiente e sustentabilidade. O Município no século XXI: cenários e perspectivas. Cepam–Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal, p. 175-183, 1999.


OLIVEIRA, Marcos Barbosa de. Considerações sobre a neutralidade da ciência. Trans/form/ação, v. 26, p. 161-172, 2003.




Referências das imagens:







Organizado por: Gabriel Bispo.

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