Os tipos sanguíneos humanos são sempre determinados utilizando os dois sistemas de classificação sanguínea mais importantes: o ABO e o Rh. No primeiro existem 4 tipos diferentes e no segundo apenas dois. Assim, quando avaliados em conjunto, obtemos 8 tipos sanguíneos possíveis: A+ e A-, B+ e B-, O+ e O-, AB+ e AB-.
O sistema ABO classifica grupos sanguíneos em tipos A, B, AB e O. Esse sistema foi descrito em 1900 por Karl Landsteiner, que, inicialmente, descreveu os grupos A, B e O. O fenótipo AB foi descrito apenas alguns anos depois, por Alfred Von Decastello.
Considerando-se apenas o sistema ABO, podemos fazer algumas afirmações importantes em relação à transfusão de sangue:
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Porém, nas primeiras transfusões, resultados negativos demonstraram que existiam componentes do sangue responsáveis por causar reações adversas severas. Somente no início do século XX cientistas identificaram o sistema ABO dos tipos sanguíneos, no qual foram descritos a presença de antígenos na superfície das hemácias chamados aglutinogênios. Ainda assim, naquela época a prática de transfusão não se disseminou rapidamente pois haviam outros fatores importantes que definiam a compatibilidade sanguínea.
O fator Rh depende de um antígeno nas hemácias, é diferente dos aglutinogênios. O Rh+ é responsável pela presença de antígenos, e possui o alelo dominante D (ou Rd) e o Rh- é responsável pela ausência do antígeno e possui alelo d (ou rh). Quando em um casal, um indivíduo possui Rh- possuindo alelo dd e o outro Rh+, Dd há duas possibilidades, sendo 50% Dd (Rh+) e 50% dd (Rh-).
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Em casos em que a mãe possua Rh- e o filho Rh+, as hemácias do filho passam para a circulação da mãe, durante a gravidez e, principalmente, durante o parto. O organismo da mãe, então, estimula a produção do anticorpo anti-Rh. Por não ter uma produção rápida, o primeiro filho nascerá sem problemas, mas, em uma próxima gestação, os anticorpos concentrados no sangue da mãe, atravessam a placenta resultando na aglutinação das hemácias do feto. A criança desenvolve uma doença chamada eritoblastose fetal ou doença hemolítica do recém-nascido (DHRN).
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Essa doença nos casos mais graves pode levar à morte, pois ocorre aborto involuntário. Se a criança nasce, é submetida a troca gradativa de seu sangue por sangue Rh-, e serão substituídas naturalmente. Outra forma de prevenção é a mãe Rh-, logo após o parto, receber uma aplicação de anti-Rh. Dessa forma, os anticorpos destroem as hemácias positivas deixadas pelo feto e a mãe que continuará sendo Rh- poderá novamente engravidar sem correr risco para o feto, mesmo ele sendo Rh+, pois será como se fosse a primeira gravidez.
Organizado por: Nestor Barbosa de Oliveira-Junior
DEXTRO, Rafael. Sistema ABO. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/sangue/sistema-abo/ Acesso em 24 de jun. 2021.
FONSECA, Krukemberghe. Sistema ABO: Seguestão de Aula. Brasil Escola. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/sistema-abo.htm Acesso em 24 de jun. 2021.
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MONIZ, Priscila. Grupos Sanguíneos. Educação Globo. Disponível em: http://educacao.globo.com/biologia/assunto/hereditariedade/grupos-sanguineos.html Acesso em 24 de jun. 2021.
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