PARTE 1
São doenças parasitárias infecciosas disseminadas principalmente nas regiões tropicais, sendo comuns nos continentes da América latina, África e Ásia; acometendo principalmente populações pobres com acesso limitado a serviços de saúde.
A doença pode ser transmitida de diversas formas e varia de acordo com o agente etiológico. A infecção pode ocorrer através da interação com água contaminada, pessoas enfermas, picada de insetos hematófago (vetor). A infecção por insetos é exclusivamente por picada de fêmeas, devido a necessidade de sangue para o desenvolvimento dos ovos (reprodução).
As doenças tropicais negligenciadas possuem diversas formas de profilaxia e terapia. As formas de prevenção consistem no tratamento de água e esgoto, além de controle dos vetores que transmitem as doenças. Quanto ao tratamento da patologia, a existência de medicamentos varia de acordo com a doença, podendo haver apenas terapias paliativas, não contendo cura.
Embora apresentem a maior taxa de mortalidade dentre as enfermidades, as doenças tropicais negligencias recebem baixo investimento em pesquisas, devido sua prevalência nações subdesenvolvidas. Diante do baixo investimentos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem incentivando trabalhos voltados a essa área. Além disso, houve a criação da Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDI), agência sem fins lucrativos, que visa disponibilizar tratamento para as doenças negligenciadas.
PARTE 2
No Brasil, a patologia está presente em todo o território, havendo maior incidência nas regiões Norte e Nordeste. No intuito de combater a enfermidade, o Brasil vem investindo saneamento básico, controle dos vetores e disponibilidade de medicamentos no Sistema Único de Saúde (SUS).
Diante do cenário mundial de baixo investimento privado em novos fármacos para o tratamento das doenças tropicais negligenciadas, no Brasil as agências estatais são responsáveis por esse feito. As pesquisas são realizadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Instituto Butantan, Universidades Federais (UFs) e outras Instituições estatais.
Os recursos para pesquisas voltadas a profilaxia e combate à doença no Brasil são advindas do Ministério da Saúde com maior índice, Fundos Setoriais, Agências Estaduais de Apoio a Pesquisa, Fundação Bill e Melinda Gates, Ministério da Educação e o Ministério da Ciências e Tecnologia. Contudo, o investimento público vem caindo nas últimas décadas, principalmente em troca de governos.
Abaixo foram descritas algumas doenças comuns no território brasileiro.
Tripanossoma cruzi
(DOENÇA DE CHAGAS)
![](https://static.wixstatic.com/media/dc88ae_1911f1a46def445481fb4cab24e6dbd9~mv2.jpg/v1/fill/w_802,h_416,al_c,q_80,enc_auto/dc88ae_1911f1a46def445481fb4cab24e6dbd9~mv2.jpg)
A tripanossomíase americana, enfermidade causada pela infecção por um protozoário. A infecção ocorre por intermédio das fezes do vetor Triatoma infestans (percevejo), conhecido popularmente como barbeiro. A enfermidade pode causar edema do Baço, Fígado, inflamação e lesões cardíaca. Prevenção dá-se com controle do percevejo e o tratamento por meio do fármaco Benzonidazol.
Leishmania chagasi, L. braziliensis, L. amazonesis, etc.
(LEISHMANIOSE)
![](https://static.wixstatic.com/media/dc88ae_270e02d845884aecb02d04b269af765b~mv2.jpg/v1/fill/w_642,h_458,al_c,q_80,enc_auto/dc88ae_270e02d845884aecb02d04b269af765b~mv2.jpg)
A enfermidade é causada por protozoários do gênero Leishmania. A doença é transmitida pela picada do vetor do gênero Lutzomyia (flebotomíneo). A enfermidade pode manifestar-se na forma tegumentar, causando lesões e ulceras na pele; mucosa, atacando nariz e boca; e visceral, afetando fígado, baço, gânglios linfático e medula óssea. A prevenção ocorre com controle de flebotomíneos e o tratamento com antimoniais.
Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malariae, etc
(MALÁRIA)
A patologia é causada por protozoários do gênero Plasmodium, havendo três espécies no Brasil. A infecção dá-se pela picada do vetor do gênero Anopheles (mosquito-prego). A doença varia de acordo com a espécie, podendo atingir o fígado, Hemácias (anemia), causar coágulos, trombose, embolia e plaquetopenia. A prevenção é por meio do controle do mosquito-prego e o tratamento através antimaláricos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, Rodrigo de Oliveira. Orçamento para pesquisas sobre doenças negligenciadas encolhe no Brasil: valores oscilaram bastante entre 2004 e 2020, com quedas acentuadas a cada troca de governo. Valores oscilaram bastante entre 2004 e 2020, com quedas acentuadas a cada troca de governo. 2023.
___. DOENÇAS Tropicais Negligenciadas (DTN): Conheça mais sobre a doença. Disponível em: https://www.nhrbrasil.org.br/nhr-brasil/nossas-causas/doencas-tropicais-negligenciadas.html. Acesso em: 15 dez. 2023.
MEER, Igor Rosa; COIMBRA, Elaine Soares. Doenças tropicais negligenciadas e o seu contexto no Brasil. Hu Revista, [S.L.], v. 48, p. 1-2, 9 jun. 2022. Universidade Federal de Juiz de Fora. http://dx.doi.org/10.34019/1982-8047.2022.v48.37905.
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VALVERDE, Ricardo. Doença de Chagas: Fiocruz na vanguarda do estudo da enfermidade. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/doenca-de-chagas-fiocruz-na-vanguarda-do-estudo-da-enfermidade. Acesso em: 15 dez. 2023. (chagas – falta)
VALVERDE, Ricardo. Malária: Fiocruz se destaca na produção de antimaláricos e em estudos sobre a doença. Disponível em: https://agencia.fiocruz.br/malaria-fiocruz-se-destaca-na-producao-de-antimalaricos-e-em-estudos-sobre-doenca. Acesso em: 15 dez. 2023. (malária)
ZICKER, Fabio; ALBUQUERQUE, Priscila Costa; FONSECA, Bruna de Paula Fonseca e. Doenças Tropicais Negligenciadas: uma agenda inacabada. Saúde Amanhã, Rio de Janeiro, p. 1-45, ago. 2019. Disponível em: http://saudeamanha.fiocruz.br/. Acesso em: 15 dez. 2023.
REFERÊNCIAS DAS IMAGENS
Figura 1 disponível em: ZICKER, Fabio; ALBUQUERQUE, Priscila Costa; FONSECA, Bruna de Paula Fonseca e. Doenças Tropicais Negligenciadas: uma agenda inacabada. Saúde Amanhã, Rio de Janeiro, p. 1-45, ago. 2019. Disponível em: http://saudeamanha.fiocruz.br/. Acesso em: 15 dez. 2023.
Figura 2 disponível em: Anopheles - Fundación iO (fundacionio.com)
Figura 3 disponível em: WHO/OMS – CEMICAMP
Figura 4 disponível em: Bandeira do SUS deverá ser usada em instituições de saúde - CLDF
Figura 5 disponível em: Concurso Fiocruz 2024: Edital, Cargos e Inscrição (concursospublicos2024.com.br)
Figura 6, 7 e 8 disponível em: SMART - Servier ARTE Médica
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