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Animais como bioindicadores

carolinaguedes1968

O monitoramento ambiental, previsto na Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA), tem o intuito de monitorar e prover melhor controle de parâmetros de qualidade relacionados à preservação e recuperação de áreas de interesse ambiental. Além disso, o monitoramento ambiental permite gerenciar de maneira mais eficaz o desenvolvimento sustentável da sociedade. Existem muitas formas de monitorar um ambiente e, durante muito tempo, mudanças ambientais foram analisadas a partir de parâmetros físico químicos (p. ex. pH, salinidade, temperatura…). No entanto, as comunidades biológicas refletem a integridade ecológica total dos ecossistemas, proporcionando uma análise mais precisa sobre os impactos ambientais a curto e a longo prazo. Assim, para o monitoramento ambiental, a partir de comunidades biológicas, dá-se o nome de bioindicadores.

Bioindicadores são espécies, grupos de espécies ou comunidades biológicas cuja presença, quantidade e distribuição indicam a magnitude de impactos ambientais em um ecossistema (Callisto & Gonçalves, 2002). Sua utilização permite a avaliação integrada dos efeitos ecológicos causados por múltiplas fontes de poluição.

De acordo com Buss et al. (2003), o primeiro passo para a resolução de problemas ambientais, por meio da gestão dos recursos naturais, é o desenvolvimento de métodos confiáveis na avaliação desses problemas. Nesse sentido, um dos métodos mais eficazes para avaliar esse aspecto é a utilização de indicadores biológicos. A posição trófica do organismo bioindicador é uma das características mais relevantes quanto ao seu grau de importância como indicador biológico. Logo, quanto mais baixo o nível trófico do organismo e quanto mais ele servir de alimento para outros seres de níveis superiores da cadeia trófica, maior é a relevância do organismo como bioindicador. Isso ocorre porquê quando observada a contaminação nesse organismo, pressupõe-se que toda a cadeia é contaminada. Além do monitoramento da posição trófica de certas espécies, outros mecanismos de indicação biológica incluem o monitoramento da concentração de toxinas nos tecidos de animais ou monitorar a taxa em que deformidades aparecem na população.

Dessa forma, um indicador biológico ‘ideal’ deve ter as seguintes características (Johnson, Wiederholm & Rosenberg, 1993): 1) ser taxonomicamente bem definido e facilmente reconhecível por não-especialistas; 2) apresentar distribuição geográfica ampla; 3) ser abundante, ou de fácil coleta; 4) ter baixa variabilidade genética e ecológica; 5) preferencialmente possuir tamanho grande; 6) apresentar baixa mobilidade e longo ciclo de vida; 7) dispor de características ecológicas bem conhecidas; 8) ter possibilidade de uso em estudos em laboratório.


Figura 1: minhocas no solo.


Um bom exemplo de uma espécie que possui tais características são as minhocas. As minhocas têm importante papel na formação do solo por decompor resíduos de plantas, ciclar nutrientes da matéria orgânica, formar húmus e agregados e melhorar a permeabilidade. Graças a essas características ecológicas, as minhocas têm sido utilizadas como indicadores de qualidade de solos.



Referências


Baptista, Darcílio Fernandes, Daniel Forsin Buss, and Mariana Egler. "Macroinvertebrados como bioindicadores de ecossistemas aquáticos contaminados por agrotóxicos." É veneno (2003): 157.


Buss, Daniel Forsin, Darcílio Fernandes Baptista, and Jorge Luiz Nessimian. "Bases conceituais para a aplicação de biomonitoramento em programas de avaliação da qualidade da água de rios." Cadernos de Saúde Pública 19 (2003): 465-473.


Johnson, Richard K., Torgny Wiederholm, and David M. Rosenberg. "Freshwater biomonitoring using individual organisms, populations, and species assemblages of benthic macroinvertebrates." Freshwater biomonitoring and benthic macroinvertebrates 40 (1993): 158.


Prestes, Rosi Maria, and Kelin Luiza Vincenci. "Bioindicadores como avaliação de impacto ambiental." Brazilian Journal of Animal and Environmental Research 2.4 (2019): 1473-1493.

Callisto, M., and J. Goncalves. "A vida nas águas das montanhas." Ciência Hoje 31.182 (2002): 68-71.


Referências de imagens


Figura 1: Qual A Importância Das Minhocas Para O Solo? - VoiceEdu. VoiceEdu. Disponível em: <https://testnewsframes.globalvoices.org/qual-a-importancia-das-minhocas-para-o-solo/>. Acesso em: 23 fev. 2024.


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