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Tecido adiposo, de vilão a cura promissora de doenças crônicas

Foto do escritor: Residência PedagógicaResidência Pedagógica

O tecido adiposo é um tipo de tecido conjuntivo formado predominantemente por células adiposas, chamadas de adipócitos. Esse tecido é a maior reserva energética do corpo, sendo essa energia armazenada na forma de triglicerídeos, e representa entre 20 a 25% do peso corporal das mulheres e 15 a 20% do peso corporal dos homens, considerando indivíduos com peso considerado normal.


O tecido adiposo pode ser classificado em dois tipos, sendo eles o tecido adiposo amarelo ou unilocular, e o tecido adiposo pardo, marrom ou multilocular. No caso do tecido adiposo unilocular, as células apresentam um único lóculo no seu citoplasma no qual a gordura é armazenada, já o tecido adiposo marrom ou multilocular, há múltiplos lóculos onde a gordura é armazenada, além da presença de uma grande quantidade de mitocôndrias.

O tecido adiposo marrom possui essa coloração devido à elevada vascularização e a grande quantidade de mitocôndrias, esse tecido está presente em elevadas quantidades nos animais que realizam hibernação. No caso dos seres humanos, esse tecido está presente nos fetos e recém-nascidos em regiões bem determinadas, contudo, também está presente nos indivíduos adultos, porém em quantidade extremamente reduzida, pois esse tecido não apresenta crescimento.

Quais são as novidades científicas a respeito do tecido adiposo marrom na saúde humana?


Estudos recentes conseguiram realizar experimentos minuciosos a respeito do tecido marrom em seres humanos e obtiveram resultados promissores para algo, antes visto, apenas como uma reserva de calor para o organismo. Foram obtidos dados sobre o tecido adiposo marrom, no qual tem a capacidade de atuar na regulação da glicose e da homeostase lipídica.


Além disso, foi observado que nessas células ocorre a secreção de uma proteína chamada PLTP, a mesma atua no metabolismo de lipídios, reduzindo o nível de colesterol no organismo. O PLTP, também atua na comunicação com o fígado, atuando na intermediação entre o fígado com o tecido adiposo marrom, favorecendo o aumento da bile no sistema sanguíneo e o aumento da absorção do colesterol pelo fígado.


Há outro estudo na área da saúde que pretende enfatizar a importância do tecido adiposo. Há quem pense que o excesso de gordura no nosso corpo só tenha a função de trazer prejuízos para nossa saúde, mas pesquisadores nos Estados Unidos descobriram que ter um pouco a mais de gordura, pode lá ter suas vantagens metabólicas.

Esses pesquisadores realizaram experimentos por meio de tomografias (exames de imagem) dos seres humanos envolvidos no estudo. O intuito era detectar tecido adiposo marrom ou simplesmente gordura marrom e analisar os impactos nas vias metabólicas e cardiovasculares, os resultados revelaram-se muito promissores apesar da necessidade de mais estudos.

Os indivíduos que apresentaram gordura marrom detectável tinham menores chances de desenvolver diabetes tipo 2 se comparado com os indivíduos que não apresentaram gordura marrom detectável. A chance de obter um colesterol anormal era maior, em relação aos indivíduos com gordura marrom.


O tecido adiposo marrom por ser capaz de gastar energia e com isso mantém o corpo aquecido em temperaturas mais frias, nesse caso a tendência é aumentar a concentração de HDL (“colesterol bom”) em combinação com a melhora no metabolismo da glicose.


A expectativa desses trabalhos é que venham a auxiliar novos estudos da proteína PLTP como uma grande expectativa no tratamento de doenças nas quais metabolismo de lipídios, glicose e peso tem relação, como o diabetes e a obesidade.



Organizado por: Cleiton Santos, Filipe Bacelo e Jaíne Fagundes



Referência Bibliográfica


BECHER, Tobias et al.Brown adipose tissue is associated with cardiometabolic health. Nature Medicine; vol 27; January 2021.


Junqueira, L. C. U.. Histologia básica. 12 ed.Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

Viva bem. Gordura marrom pode proteger o corpo de doenças crônicas. Disponívelem: <https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2021/01/06/gordura-marrom-pode-proteger-o-corpo-de-doencas-cronicas-sugere-estudo.htm?next=0001H1009U11N> Acesso: 25 Maio 2021


SPONTON, Carlos H. et al. The regulation of glucose and lipid homeostasis via PLTP as a mediator of BAT–liver communication. EMBO reports, v. 21, n. 9, p. e49828, 2020.


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