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A ciência forense é uma área interdisciplinar que tem o objetivo de dar suporte para as investigações relativas à justiça civil e criminal. Uma das principais áreas das ciências forenses é a genética e biologia forense, entre as múltiplas atividades realizadas pelos laboratórios genéticos estão a realização de perícias de casos de filiação, criminalística, biologia e identificação individual (genética) (BARBOSA; ROMANO, 2018).
As perícias a partir de vestígios biológicos consiste no estudo dos vestígios e comparação de suas características genéticas com as da vítima e suspeito. Sua caracterização e identificação são de grande interesse, já que as secreções deixadas entre o criminoso e vítima são fundamentais para a identificação do autor do crime. As perícias envolvendo investigações genéticas se desenrolam em duas fases, sendo a análise laboratorial e valorização estatística dos resultados (BARBOSA; ROMANO, 2018).
Para uma correta identificação de criminosos a partir de análises de DNA é necessário seguir parâmetros rígidos para todas as etapas do processo. Ao longo das investigações criminais os principais materiais encontrados para análise de DNA são sangue, manchas de sangue, sêmen, fios de cabelo com raiz, tecidos, órgãos e ossos. Outras fontes como urina, saliva e fezes podem ser analisadas, mas deve-se ressaltar que apenas células nucleadas servem para genotipagem de DNA nuclear (Lee et al., 1991).
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As evidências encontradas em locais de crimes independente das condições devem ser fotografadas antes de serem movidas ou tocadas. A sua localização na cena do crime deve ser sempre fotografada ou filmada, caso não tenha como realizar este procedimento é necessário fazer um esquema ou relatório bem detalhado. Ao receber as amostras, os laboratórios forenses devem verificar e registrar a presença e o estado do empacotamento, dos selos e das etiquetas. Caso se realize algum teste preliminar nas amostras esse procedimento também deve ser registrado.
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Coleta de sangue e sêmen: o material genético em forma líquida geralmente é coletado por absorção (Lee et al., 1991), ainda em estado líquido podem ser removido por uma seringa descartável ou uma pipeta automática, sempre estéreis, e transferidos para um tubo de laboratório. O sangue liquido coletado deve ser preservado com anticoagulantes. Manchas secas de sangue e sêmen encontradas em lençóis, peças de roupa e outros objetos que podem ser removidos para o laboratório devem ser isolados e transportados na forma que estão. Quando estas manchas estão sobre objetos muito grandes para serem transportados a região contendo a amostra deve ser cortada e levada ao laboratório. Se estiverem sobre objetos que não podem ser cortados, as amostras devem ser raspadas com uma ferramenta apropriada e limpa de contaminantes.
Tecidos, fios de cabelo, órgãos e ossos: quando são encontrados fios de cabelo, ossos, órgãos e tecidos, devem documentar e fotografar seu estado, esses materiais devem ser coletados com o auxílio de instrumentos, como pinça e bisturi, sempre livres de contaminações. Cada item será selado e documentado separadamente, no caso dos fios de cabelo eles só terão utilidade se estiverem com raiz.
Saliva, urina e fluidos corporais: amostras em estado líquido devem ser transferidas em garrafas de plástico ou de vidro esterilizadas, caso encontrem apenas manchas desses fluidos devem fazer o procedimento de cortar a área com o material e levar ao laboratório para serem analisados.
Contaminação: deve evitar qualquer tipo de contaminação que possa interferir no resultado da análise, sempre mantendo a integridade biológica da amostra. Além de sempre ser um perito que deve recolher as amostras, é essencial o uso de luvas descartáveis. Pode-se definir vários tipos de contaminação:
Contaminação por microrganismos: normalmente não interfere na interpretação final dos resultados. Sangue e sêmen encontrados em locais de crimes podem ser contaminados por fungos e bactérias, quando isso ocorre pode levar a degradação do DNA. Se o DNA encontrado estiver degradado o resultado pode ser inconclusivo.
Contaminação por outro DNA humano: pode acontecer durante ou depois da coleta das amostras.
Contaminação química: produz resultados inconclusivos ou ausência de resultados.
É importante saber diferenciar “mistura de amostras” e “amostra contaminada” a primeira é quando uma amostra de DNA tem o material genético de mais de um indivíduo, a mistura pode ter acontecido antes ou durante a prática do crime. A segunda é quando a amostra é contaminada durante a coleta, armazenamento, ou análise da amostra (PINHEIRO/2004).
Para garantir a preservação das amostras os vestígios biológicos devem ser preservados de forma a garantir a integridade do seu material genético. Para isso deve-se evitar a exposição à luz, a substâncias químicas, e deve ser armazenada a baixas temperaturas, para que evite o aparecimento de microrganismos (Ministério da Justiça, 2013).
Organizado por: Ana Caroline Santana Cezar
Referências
BARBOSA, R. P.; ROMANO, L. H. História e importância da genética na área forense. Revista Saúde em Foco, ed, 2018, 10: 300-307. Disponível em: <https://portal.unisepe.com.br/unifia/wp-content/uploads/sites/10001/2018/06/041_Hist%C3%B3ria_e_Import%C3%A2ncia_da_Genetica_Forense.pdf>.
Lee HC, Gaensslen RE, Bigbee PD, Kearney JJ. Guidelines for the Collection and preservation of DNA evidence. J. Forensic Ident. 1991; 41(5):341-345.
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.sbcf.org.br%2F&psig=AOvVaw1_cSJ1cJttu3jqX0DycHoj&ust=1622169068427000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCLD28O_o6PACFQAAAAAdAAAAABAD
https://kasvi.com.br/genetica-forense-importancia-amostras-solucao-crimes/
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